Grau I por Lucas Augusto

Instrução Mágica do Espírito (I)

Introdução


Pressupondo que você já tenha lido e relido a parte teórica do livro Magia Prática: O Caminho do Adepto de Franz Bardon, que engloba os seguintes temas: O Grande Segredo do Tetragrammaton; Sobre os Elementos; O Princípio do Fogo; O Princípio da Água; O Princípio do Ar; O Princípio da Terra; A Luz; O Akasha, ou o Princípio Etérico; Karma, a Lei de Causa e Efeito; O Corpo Humano; Dieta; Polaridade; O Plano Material Denso ou o Mundo Material Denso; A Alma ou o Corpo Astral; O Plano Astral; O Espírito; O Plano Mental; Verdade; Religião; Deus; Ascese; seguiremos com dicas e interpretações do que é dito no Grau I, o início da parte prática da obra, visando uma maior compreensão. Por se tratar de um um livro prático, irei sugerir diversas obras e artigos correlacionados as práticas de cada Grau, por exemplo, no Grau I indicarei obras e artigos relacionados a meditação e ao controle/domínio/disciplina da mente, assim como obras correlacionadas com os aspectos positivos e negativos da personalidade. No Grau II estudaremos a teoria e a prática da auto hipnose, da visualização, das criações mentais, a importância da imaginação, e assim sucessivamente. O objetivo é dissecar os propósitos dos exercícios através das máximas:

Para o que serve?
Por que fazê-los?
Quais mudanças ocorrem a nível físico no cérebro?
E na personalidade e vida pessoal?

Entre outras dúvidas que quando saciadas despertam motivação. Evidencio que a redundância é proposital. Por se tratar de temas complexos trechos mal esclarecidos gerariam dúvidas facilmente. Aviso que este artigo não substitui a leitura do Grau 1 na íntegra no livro Magia Prática: O Caminho do Adepto.

Se é, literalmente, a primeira vez que lê a respeito do livro citado a cima e do campo "Magia", clique aqui leia este texto antes de continuar.

Obs: Sempre que eu usar a palavra energia neste artigo estarei me referindo ao chi/prana. É o suficiente para este artigo, outras formas de energia transmutadas no corpo a partir de um estudo e práticas chinesas serão abordadas no Grau III.

Grau I

Instrução Mágica do Espírito (I)
Controle do Pensamento, Disciplina do Pensamento
Domínio do Pensamento
Instrução Mágica da Alma (I)
Introspecção ou Auto-Conhecimento
Instrução Mágica do Corpo (I)
O Corpo Material ou Carnal
O Mistério da Respiração
Assimilação Consciente de Nutrientes
A Magia da Água

Instrução Mágica do Espírito


O sistema mágico de Franz Bardon preza o equilíbrio do corpo, da mente e do espírito. O Grau 1 é fundamentado em cinco princípios essenciais para o avanço neste sistema: o 1. controle do pensamento, a 2. disciplina do pensamento e o 3. domínio do pensamento. A 4. identificação (autoanálise/introspecção a favor do autoconhecimento). No Grau I realizamos apenas a identificação dos aspectos negativos da personalidade - a transmutação dos aspectos negativos inicia-se a partir do Grau II. O quinto princípio e de igual importância é o 5. domínio do corpo físico, e nisto se encaixa já no Grau I alongamentos diários e correta higienização, outros pontos sobre este princípio serão tratados a frente.


1. O Controle do Pensamento


Em Magia Prática: O Caminho do Adepto, o primeiro exercício prático ligado a instrução mágica do espírito, Franz Bardon escreve:

"Sente-se confortavelmente numa cadeira ou deite-se num divã. Relaxe todo o corpo, feche os olhos durante cinco minutos e observe o curso dos pensamentos que você tenta fixar. No início irá perceber que uma grande quantidade desses pensamentos precipitar-se-ão em sua mente, na sua maioria pensamentos relativos a coisas e situações do dia-a-dia, às suas atividades profissionais, suas preocupações em geral. Imagine-se na posição de um observador silencioso, totalmente livre e independente. Conforme o estado de ânimo e a situação em que você se encontrar no momento, esse exercício será mais ou menos difícil de realizar. Não se trata de perder o curso do pensamento ou de esquecê-lo, mas de acompanhá-lo com atenção. Devemos sobretudo evitar pegar no sono durante o exercício. Ao nos sentirmos cansados, devemos interromper o exercício imediatamente e adiá-lo para uma outra ocasião, quando então assumiremos o compromisso de não nos deixarmos dominar pelo cansaço. Para não perder o seu tempo precioso, os indianos, por exemplo, borrifam ou esfregam água fria no rosto a no peito, a assim conseguem permanecer despertos. Algumas respirações profundas antes do exercício também eliminam e previnem o cansaço e a sonolência.


Com o tempo, o aprendiz descobrirá por si mesmo essas a outras pequenas medidas auxiliares. Esse exercício de controle do pensamento deverá ser feito de manhã e à noite, e a cada dia o seu tempo deverá ser prolongado em (1) um minuto, para que em uma semana possamos acompanhar a controlar o curso de nossos pensamentos por no máximo dez minutos sem nos dispersarmos. Esse período de tempo foi determinado para o homem mediano, comum. Quem achá-lo insuficiente pode prolongá-lo de acordo com a própria avaliação".


A minha primeira dica é fazer este exercício em posição clássica de meditação, se for iniciante recomendo a posição meio lótus:



Resultado de imagem para posição meio lótus

A posição meditativa irá aumentar e muito o desempenho do exercício. Não se preocupe se você sabe ou não meditar: ao fazer o exercício em posição de meditação observando os pensamentos, você já estará meditando - é apenas isso, nada mais. Lembre-se de manter a coluna sempre reta.

Devemos prestar muito atenção nas entrelinhas, ao analisarmos o exercício, concluímos:

1. Cinco (5) minutos é o tempo inicial, e o exercício deverá ser feito de manhã e a noite.

2. Não devemos permitir que os pensamentos encantem e levem-nos a participar deles. Deve-se apenas observar os pensamentos, como se não estivéssemos dentro da cabeça ou assistíssemos nossos pensamentos em uma tela.

3. Novamente Bardon avisa que o intuito é acompanhar os pensamentos, não esquecê-los ou perdê-los. Imagine que seus pensamentos são o fluir de um rio, não importa se o rio está agitado ou calmo, você deve apenas, neste primeiro exercício, deve observá-lo.

4. Conforme você pratica, sua mente fica bem mais silenciosa e surge a percepção de um espaço maior entre a mente e o observador (você), então foque toda a sua atenção em observar esses espaços, não ache que deva observar apenas os pensamentos, mas a ausência deles também.  Quando você foca em observar seus pensamentos, você fica querendo pensar, porque a mente quer ser entretida e você quer praticar sua observação. Observar a ausência te desprende do querer pensar e atinge o silêncio. Com o tempo perceberá o que Bardon quer dizer sobre "pensamentos vindo de muito longe".

5. Outra dica é executar o exercício logo após acordar com o cronômetro do celular programado para vibrar. E antes de dormir, não muito tarde, ao contrário o cansaço prejudicará o desempenho do exercício. Não se preocupe com barulhos, você é apenas um observador, se ocorrer algum barulho, aproveite para observar como o barulho interfere na corrente dos pensamentos. Outra dica é adquirir uma abordagem de separação mental, sentir-se separado da mente, como se você não fosse a sua mente, mas a consciência por trás dela.  Outro dica, é, após algum tempo praticando este exercício, tente observar os pensamentos o tempo todo, os atos gerados pelos pensamentos, as palavras e até mesmo os sonhos.

Observe teus pensamentos, eles se tornam palavras;
Observe tuas palavras, elas se tornam ações;
Observe tuas ações, elas se tornam hábitos;
Observe teus hábitos, eles se tornam o caráter;
Observe teu caráter, pois ele se torna teu destino.
- Autor desconhecido

5. O que posso dizer sobre os propósitos do exercício é que ele lapida o discernimento, a capacidade de diferenciar o real do irreal, o esotérico do esquisotérico e aos poucos acalma os fluxos mentais de preocupação provenientes do dia a dia (melhorando a qualidade do sono). Outros propósitos avançados deverão ser descobertos pelo próprio praticante. Como Bardon dirá páginas a frente, os exercícios do Grau I deverão ser feitos por toda a vida, ele orienta desta forma porque as descobertas feitas a partir desses exercícios são ilimitadas, quanto mais você praticar mais você absorverá a sabedoria do macro e do microcosmos. Após um bom tempo praticando por 10 minutos aconselho aumentar este tempo.

No livro A Mente Meditativa de Daniel Goleman, encontramos a seguinte citação:

"Por ser uma mente controlada o objetivo da pureza, a contenção dos sentidos faz parte da purificação. O meio para tanto é sati (atentividade). Na atentitividade, o controle dos sentidos advém através do cultivo do hábito de simplesmente observar percepções sensoriais, sem permitir que estimulem a mente em cadeias de pensamentos. A atentividade é a virtude de prestar aos estímulos sensorias o mínimo de atenção. Quando sistematicamente desenvolvida na prática do vipassana (ver ass coisas como são), a atentividade torna-se o caminho para o estado nirvânico. Na prática diária, a atentividade leva à separação das próprias percepções e pensamentos do meditador. Ele se torna um observador de seu fluxo de consciência, enfraquecendo o impulso à atividade mental normal e preparando assim o caminho para estados alterados."

"Quando a mente se transforma, o mesmo ocorre com o cérebro. Segundo o psicólogo Donaldb Hebb, quando os neurônios queimam juntos, ligam juntos – a atividade mental de fato cria novas estruturas neurais (Hebb 1949; LeDoux 2003)."

"Motoristas de táxi de Londres, por exemplo – cujo trabalho exige memorizar inúmeras ruas tortuosas –, desenvolvem um hipocampo (região essencial para o registro de memórias visuais e espaciais) maior, uma vez que essa parte do cérebro é mais solicitada (Maguire etal. 2000)."

"Conforme você se transforma numa pessoa mais feliz, a região frontal esquerda do seu cérebro se torna mais ativa (Davidson 2004)."




Obras exigíveis 

O Cérebro de Buda - Neurociencia Prática Para a Felicidade, por Rick Hanson.
A Mente Meditativa, por Daniel Goleman.

Além dos livros citados acima, esta série de cinco vídeos - acompanhe pela reprodução automática do Youtube as outras partes - ensinam a meditar:



2. Disciplina do Pensamento


Ainda no Grau I, após o exercício a cima, Bardon continua:

"Já aprendemos a controlar nossos pensamentos. O exercício seguinte consiste em não permitir que pensamentos insistentes e indesejados aflorem em nossas mentes. Por exemplo, ao retornarmos à nossa vida privada e familiar, devemos estar em condições de evitar as preocupações ligadas ao nosso trabalho profissional. Todos os pensamentos que não pertencem à nossa vida privada devem ser desligados, a devemos imediatamente nos transformar em outras pessoas. E vice-versa, na nossa atividade profissional devemos direcionar nossos pensamentos exclusivamente ao trabalho e não permitir que se desviem para outros locais, como o ambiente doméstico ou privado, ou qualquer outro. Isso deve ser exercitado até transformar-se num hábito. Devemos sobretudo habituar-nos a executar nossas tarefas, no trabalho ou na vida privada, com a máxima consciência, sem levar em conta o fato de se tratar de algo grande, importante, ou de uma coisa insignificante, pequena. Esse exercício deve ser cultivado ao longo de toda a vida, pois ele aguça a mente a fortalece a memória e a consciência. 

Depois de obtermos uma certa prática na execução desse exercício, podemos passar ao próximo, que consiste em fixar uma única idéia por um certo período de tempo, e reprimir com firmeza outros pensamentos que vêm se juntar a ela na mente, com violentos sobressaltos. Escolha um pensamento ou uma idéia qualquer de sua preferência, ou então uma imagemFixe-a com toda a força, e rejeite energicamente todos os outros pensamentos que não tenham nada a ver com os do exercício. No início, você só conseguirá fazer isso por alguns segundos, e posteriormente, por alguns minutos. Você tem que conseguir fixar um único pensamento a acompanhá-lo por no mínimo dez minutos seguidos".

Devemos prestar muito atenção nas entrelinhas, ao analisarmos o exercício, concluí-mos:

1. Há dois exercícios em um, ambos desenvolvem a concentração. Por ser uma habilidade desconhecida e pouco exercitada atualmente, vamos conhecer a importância da concentração por um viés hermético:

No ramo da Magia, é através de uma concentração firme e contínua que as construções mentais ganham força. Imagine que você precisa criar uma esfera de defesa ao redor do corpo para se defender de um ataque espiritual/psíquico, em primeiro lugar, será necessário uma concentração firme a ponto de focar a mente na criação da esfera e não nas sensações provindas do ataque, em segundo lugar a energia para criar a esfera provém da atenão constante (a energia segue a atenção). É preciso uma tremenda concentração para se manter numa experiência extracorpóra. Com a concentração desenvolvida adentra-se em estados profundos (transe) de meditação rapidamente. Será através da concentração que todos os exercícios dos graus posteriores serão facilmente dominados. A concentração aumenta a absorção de informação e facilita a realização de cálculos, etc.

2. Ruídos mentais. Já percebeu que ao deitar para domir é como se ouvíssemos as pessoas que conversamos durante o dia sussurar no ouvido? São os ruídos mentais que dificultam o exercício de disciplina do pensamento: Os pensamentos sobre o trabalho devem preencher a mente nas oito horas que trabalhamos, excluindo quaisquer outros. Os pensamentos sobre os estudos devem preencher a mente no horário da aula e no tempo separado para estudo em casa, não devemos permitir que nenhum outro pensamento relacionado a vida profissional ou pessoal preencha a mente quando são necessários ao planejamento: é isto que Bardon propõe. Os ruídos mentais em segundo plano influênciam o aparecimento de pensamentos fugazes e relacionados ao que não estamos fazendo no momento, incluindo durante a meditação.

Dicas para dissolver os ruídos mentais.

A) O primeiro exercício, anterior aos citados a cima (observação), quando feito diariamente e por tempo considerado acalma os ruídos mentais, pois você passa a observá-los (a própria mente também gera pensamentos) e com isso consegue facilmente dissociá-los da mente.



B) Aplicativo Respiração Prânica (android), no modo silenciar a mente.

C) Meditação a partir de exercícios respiratórios aprendidos no item B (aplicativo de respiração) ou concentrando-se nas sensações do corpo - os ruídos mentais se tornam claros e se dissolvem rapidamente.

D) Ténica para limpeza do campo mental

Deitado ou em posição de meditação. Antes de dormir, visualize pontinhos de luz azul saindo por todos os poros do rosto, aos poucos visualize uma luz azul na região do sexto chakra (centro da testaa). Permaneça nesta visualização por dez minutos.

Deitado ou em posição de meditação. Ao acordar pela manhã, visualize pontinhos de luz de cor dourada saindo por todos os poros do rosto, aos poucos visualize uma luz dourada na região do sexto chakra. Permaneça nesta visualização por dez minutos.

Antes de dormir ou após acordar, leve sua consciência para os pés. Esqueça que você está na cabeça. Sinta como se você estivesse em seus pés, por dez minutos.



Curiosidade

Durante as primeiras fases da projeção astral, tem-se a visão de pessoas e/ou imagens passando ao nosso redor, quando na verdade são exteriorizações da mente provindas dos ruídos mentais gerando formas-pensamentos e imagens mentais, não espíritos.

3. "Devemos sobretudo habituar-nos a executar nossas tarefas, no trabalho ou na vida privada, com a máxima consciência[...]". Sucintamente e Bardon introduz já no grau 1 a consciência e a atitudade de viver para e no agora, criando as sementes para o Grande Agora.

4. No último parágrafo Bardon introduz o segundo exercício do segundo tópico, a Disciplina do Pensamento. Diferentemente do primeiro exercício que deve ser buscado a todo instante, o segundo deve ser feito em períodos de tempo pré-determinados. Minha dica é escolher objetos ou paisagens familiares, seu copo preferido, o prédio da empresa em que trabalha, etc. Novamente, a posição meditativa clássica ajuda e muito no exercício, todos os exercícios deste grau podem ser feitos durante a viagem de ônibus ao trabalho, indo para o curso, etc. Inclusive, existem técnicas meditativas durante a caminhada, onde a concentração deve ser focada nas solas dos pés enquanto se respira ritmica e profundamente. Em momentos isolados - quais os treinos são feitos em casa - comece com vários exercícios de um minuto, ou seja, concentre-se na imagem mental do seu copo preferido por um minuto várias vezes, e aumente um minuto por semana. Não faça força física na cabeça, ao contrário sentirá fortes dores. Se surgir muita dificuldade busque a respiração profunda. O objetivo é manter por 10 minutos uma imagem mental sem interrupções. Não tenha pressa, é possível e o desenvolvimento da concentração torna a vida muito mais rica em todos os campos, acredite!


3. Domínio do Pensamento


Se for bem sucedido em seu intento, estará maduro para mais um exercício, que consistirá no aprendizado do esvaziamento total da mente. Deite-se confortavelmente num sofá ou numa cama, ou então sobre uma cadeira reclinável, a relaxe o corpo inteiro. Feche os olhos. Rejeite energicamente todos os pensamentos emergentes. Em sua mente não deve haver nada, somente o vazio total. Fixe esse estado de vazio total, sem se desviar ou se distrair. No início você só conseguirá manter isso durante alguns segundos, mas exercitando-se constantemente conseguirá um melhor desempenho. O objetivo do exercício será alcançado quando você conseguir manter-se nesse estado durante dez minutos completos, sem se distrair ou adormecer.

1. Bardon aconselha partir para este exercício se obtivemos sucesso no anterior. Porém, se você tiver tempo e souber criar um cronograma conciso, segunda-feira - concentração, terça-feira - vácuo mental, quarta-feira - concentração, e assim sucessivamente, conseguirá treinar todos os exerícios.

2. Como no exercício de concentração, não deve ser aplicada força física no cérebro. Deve-se ignorar os pensamentos. Rejeitá-los sultimente mas com consistência. Imaginar-se no vácuo sideral, fazer exercícios de respiração sendo guiado pelo app do tópico B do exercício anterior também ajuda e muito. Observar a respiração, geralmente, desperta o vácuo mental, tente fazer isso e quando a mente silenciar "pegar o embalo" e manter o vácuo mental.

3. Como em todos os exercícios do Grau 1, o objetivo é manter o vácuo mental por 10 minutos. Observe que isto é proposital: Os 10 minutos em todos os exercícios práticos deste Grau é para fundamentar um equilíbrio mental entre eles. Portanto, ao aumentar este tempo futuramente, tenha em vista este equilíbrio.

4. As dicas sobre o ruído mental também se aplicam a este exercício.

5. O gosto musical é pessoal, mas aconselho um álbum que me ajudou e muito no início da prática do vácuo mental.


Registro aqui meu agredecimento a pessoa que me indicou esse álbum. 


Para concluir a instrução mágica do espírito, Bardon escreve:

Seus sucessos, fracassos, tempos de duração dos exercícios e eventuais perturbações deverão ser anotados cuidadosamente num diário mágico. (Mais detalhes sobre isso serão apresentados no item "Instrução Mágica da Alma"). Esse diário servirá para o controle pessoal de sua escalada. Quanto mais consciencioso você for na consecução dos exercícios aqui descritos, tanto melhor será a sua assimilação dos restantes. Elabore um plano preciso de trabalho para a semana entrante ou para o dia seguinte. E principalmente, cultive a auto-crítica.




Curiosidade

Como a consciêndia de viver no presente influência o sucesso dos exercícios básicos citado a cima?
Infelizmente o "viva o presente" se tornou extremamente clichê e como filosofia algo desvalorizado. Reflita, quais são os pensamentos principais que atrapalham os três exercícios mentais deste Grau? Com certeza você dirá os pensamentos referentes ao passado e ao futuro. Como descobriu Sidarta Gautama ao se tornar Buda: "A causa de todo sofrimento é o apego". Somos apegados ao planejamento não frutífero, vivemos no futuro porque não queremos errar e vivemos no passado porque não perdoamos os nossos erros e os erros dos outros. A imaginação encanta com as propostas de felicidade absoluta e com as imagens de um suposto espaço-tempo onde todos os sonhos estão completos. Spoiler: Somos seres falhos, mas não é nossa natureza errar, é nossa natureza aprender com os erros. Erros não são cicatrizes, são oportunidades, erros se tornam cicatrizes quando você repudia o aprendizado. Ao atingir a consciência do agora com a concentração neste, a mente torna-se naturalmente tranquila e o exercício de vacuidade mental se torna fácil e natural. Em minha opinião, a consciência do Grande Agora, deve ser cultivada no Grau 1.

Instrução Mágica da Alma (I)
Introspecção ou Auto-Conhecimento

No livro A Mente Meditativa de Daniel Goleman, o mesmo cita:

"Esforços para purificar a mente facilitam a concentração inicial, que permite a introvisão¹ sustentada. Desenvolvendo a concentração ou a introvisão, a pureza se torna, em vez de um ato de vontade, fácil e natural para o meditador. A introvisão fortalece a pureza, enquanto ajuda a concentração; a forte concentração pode ter como subprodutos a introvisão e a pureza. A interação não é linear; o desenvolvimento de qualquer uma facilita as outras duas. Não existe progressão necessária, mas antes uma espiral simultânea das três no curso da via da meditação. Embora a apresentação seja linear aqui por necessidade, existe uma inter-relação complexa no desenolvimento da pureza, concentração e introvisão do meditador. São três facetas de um único processo."

1. A introvisão é entendida no sentido especial de "ver as coisas como são".


Confesso que eu detestava o diário mágico, mas esta repulsa era por pura ignorância, eu entendia o propósito, mas não o compreendia. A compreensão nasce da prática. Então comecei a escrever todos os dias os meus sonhos, os meus pensamentos por mais belos ou feios que fossem, etc. E posso afirmar, como muitos outros magistas, que o diário mágico é a peça fundamental para explorarmos e lapidarmos a consciência. Existem aspectos negativos tão simples e enraizados em nossos hábitos que precisamos escrever tudo o que passa pela cabeça, reler e somente assim percebemos aquele espinho pequeníssimo.

Em O Poder da Magia, Israel Regardie disserta sobre um ótimo exercício de autoconhecimento.

"Um expediente preferido por mim em certa época era usar um gravador¹ de fita durante cada sessão de prática. Sugiro que o aparelho seja preparado para funcionar durante uma hora inteira sem necessidade da atenção do estudante. Isso não quer dizer que no começo toda sessão de prática deve estender-se por uma hora. Pelo contrário, eu sustento que as sessões de prática devem no início ser relativamente curtas - não mais que dez minutos de cada vez. Pode-se praticar uma, duas ou pelo menos três vezes por dia. Com o passar do tempo, à medida que seja adquirida proficiência, o tempo deve ser consideravelmente estendido. Mas o gravador deve ser capaz de gravar durante uma hora inteira, para o caso de a pessoa ser arrastada pelo professor.

A propósito, deve-se determinar antecipadamente o tempo de duração de cada sessão. Se for dez minutos, deve-se ligar um despertador ou um "timer" de cozinha² para marcar aquele tempo. Assim que o aparelho soar, a prática deve cessar prontamente. Desta maneira, a pessoa não será arrastada entusiasticamente pelo registro das associações que ocorrem durante a prática de introspecção."

1. Atualmente, o gravador de fita pode ser facilmento substituído pelo gravador do celular. 2. Assim como o timer de cozinha é facilmente substituível pelo timer do celular. Como timer, uso este app em meu Android há muitos anos: Cronômetro Timer Temporizador

Israel Regarie continua:

O Conteúdo Oculto da Consciência

"Enquanto permanece sentado ereto e imóvel na posição meditativa, verbalize em direção ao microfone próximo todo pensamento, lembrança, idéia, sensação ou sentimento que venha a ocorrer. Se houver um segundo período de prática no mesmo dia ou se houver tempo disponível, a gravação deve ser tocada para que a pessoa possa ouvir o que estava pensando anteriormente.

Em geral, os resultados são chocantes, assim como esclarecedores. Darão ao estudante uma ideia do que está oculto dentro da psique. Só serão chocantes se a pessoa for absolutamente honesta ao verbalizar em voz alta os pensamentos proibidos que ocasionalmente flutuam diante da visão interior. O desenvolvimento de alguma honestidade mental é um enorme ganho.

Depois de realmente tornar-se consciente do conteúdo oculto da consciência e lutar para chegar a um acordo consigo mesmo, os conflitos interiores produzidos pela censura do superego (consciência) são consideravelmente reduzidos, o mesmo acontecendo com o número de "interrupções" na concentração produzidas pela violenta pressão daqueles conteúdos ideacionais e emocionais reprimidos dentro da psique.

A prática de introspecção, gravação de livre associação e reprodução da gravação deve prosseguir por muitos meses até serem dissipados ou reduzidos praticamente a zero o choque e consternação geralmente experimentados diante dos odiosos pensamentos que a pessoa pode ter."

Além de adquirir consciência do conteúdo oculto da psique ao ouvir a gravação, você deve anotá-los em duas tabelas diferentes, todos os aspectos positivos em uma e na outra os aspectos negativos. Nas palavras de Franz Bardon:

Nos primeiros dias da instrução da alma pretendemos ocupar-nos com a parte prática da introspecção, ou auto-conhecimento. Adote um diário mágico e tome nota de todas as facetas negativas de sua alma. Esse diário deve ser de seu uso exclusivo e não deve ser mostrado a ninguém; é um assim chamado livro de controle, só seu. No autocontrole de seus defeitos, hábitos, paixões, impulsos a outros traços desagradáveis de caráter, você deve ser rígido e duro consigo mesmo. Não seja condescendente consigo próprio, não tente embelezar nenhum de seus defeitos e deficiências. Medite e reflita sobre si mesmo, desloque-se a diversas situações do passado para lembrar como você se comportou aqui ou ali, quais os defeitos e deficiências que surgiram nessa ou naquela situação. Tome nota de todas as suas fraquezas, nas suas nuances a variações mais sutis. Quanto mais você descobrir, tanto melhor. Nada deve permanecer oculto ou velado, quer sejam defeitos a fraquezas mais evidentes ou mais sutis. Aprendizes especialmente dotados conseguiam descobrir centenas de defeitos nos matizes mais tênues; dispunham de uma boa capacidade de meditação e de penetração profunda na própria alma. Lave a sua alma até que se purifique, dê uma boa varrida em todo o seu lixo. 

Mais informações sobre o espelho da alma, nas palavras de Franz Bardon, devem ser estudadas no livro.

1. O livro citado no começo deste artigo (O Cérebro de Buda - Neurociencia Prática Para a Felicidade, por Rick Hanson) também será extremamente útil sobre os propósitos da auto-observação e da pesquisa sobre os aspectos positivos e negativos. Como você já percebeu é aconselhável o estudo do Budismo durante o treinamento do Grau 1, as obras citadas sobre o Budismo no decorrer deste artigo serão suficientes, além delas adiciono o livro Dhammapada - obra que não deve ser apenas lida, mas estudada -  que se relaciona com os aspectos positivos em contraste com os negativos. Franz Bardon, em sua obra "The Universal Master Key" genialmente disserta sobre as consequências mentais e espirituais de cada aspecto negativo e positivo e com quais elementos cada um é análogo. Irei traduzir aos poucos o livro "The Universal Master Key" e postar em sessão a baixo desta.

2. Analisar o seu Mapa Astral aos olhos dos aspectos negativos e positivos será de uma ajuda inestimável para clarear os próprios aspectos, este site https://www.astrolink.com.br/ realiza um Mapa Astral completo para este propósito, os gráficos elementais e as informações do Mapa Astral no site são autoexplicativos, não esqueça de conferir as informações natais se logar pelo Facebook. O Magista não deve enxergar o Mapa Astral como algo fixo, "eu sou assim e ponto". O objetivo é a transmutação, e isto requer imensa força de vontade. Dica adicional: Pesquise sobre a posição do nódulo norte em seu Mapa Astral.

3. A busca pelos aspectos negativos e positivos não tem um prazo. Principalmente porque são as dificuldades, as situações que nos pressionam, os atritos com os outros que revelam muitos aspectos de nossa alma, portante, não isole-se. Viva!

4. Eu, por exemplo, organizei os meus aspectos em tabela, em um lado os positivos e do outro os negativos e armazenei no One Drive, arquivos em nuvem podem ser acessadas a todo instante. Se preferir tenha sempre um caderno de recados. Você tem aquele diário da adolescência? Perfeito! Explore-o.

Exemplos



Lembre-se de remover da consciência o termo "defeito". O que tem defeito é máquina, seres humanos possuem pontos a melhorar, e de um ponto de vista hermético, pontos a transmutar.

Obs: A classificação dos aspectos positivos e negativos em elementos será feita no Grau II. Qualquer semelhança com a Teoria dos Quatro Elementos de Sócrates, e a evolução desta para Psicologia, não é mera coincidência.

5. Medite sobre todos os atos negativos, pensamentos negativos, palavras ditas com consequêncas negativas e anote. Faça uma verdadeira dissecção de si mesmo. E irá doer. Como dói não mentir para si mesmo! Perceberá que muitas palavras que machucaram as pessoas que você ama, foram ditas por causa de um certo orgulho ou preguiça, etc. E em alguns casos alguns aspectos negativos estarão entrelaçados, funcionando em conjunto. A maioria das pessoas aceitam ser assim, você não deve aceitar. Mas nunca, jamais, tenha vergonha de si mesmo ou reprima quem você é. O primeiro passo para a transmutação é a aceitação.


Curiosidades

Como a capacidade de esvaziar a mente e os aspectos negativos influênciam as obsessões espirituais?

Com a mente em vácuo mental identifica-se facilmente pensamentos (sugestões) que não são seus. Pois é assim que a maioria das obsessões espirituais acontecem, por sugestão. Para mais informações completas sobre este assunto recomendo o livro: Energia e Matéria: Novos Horizontes para a Medicina de José Lacerda de Azevedo. Em intercalação, as sugestões obsessivas atiçam nossos aspectos negativos, conclui-se então: vácuo mental + transmutação dos aspectos negativos = defesa espiritual.

Como um Magista avançado pode prejudicar os outros e a si mesmo se não mover a consciência para o presente?

Suponhamos que Joãozinho possui alta concentração e facilidade, a partir de um longo treinamento, de manipular energias. Onde Joãozinho focar sua atenção com força, a energia a seguirá. E por possuir um longo treinamento energético, a carga energética que seguirá a atenção firme de Joãozinho será gigantesca, muito maior que a carga que um ser humano sem treinamento mágico consegue mobilizar. Com isso, ele pode se auto-obsessediar se prender a atenção no vitimismo, por exemplo. Ou anular um acontecimento positivo se pensar negativo na direção deste acontecimento, ou até mesmo influênciar pessoas (ataque) sem a intenção de realmente fazer isso. Portanto, a importância de dominar completamente o Grau 1 do livro Magia Prática: O Caminho do Adepto, torna-se óbvia. Por outro lado, as defesas energéticas que Joãozinho criar serão muito mais resistentes, e seu pensamento focado no sucesso absoluto abrirá todos os seus caminhos e manipulará os fios da realidade.

Os Outros, por Neil Gaiman

– O tempo é fluido por aqui – disse o demônio.

Ele soube que era um demônio no momento em que o viu. Assim como soube que ali era o inferno. Não havia nada mais que um ou o outro pudessem ser.

A sala era comprida, e do outro lado o demônio o esperava ao lado de um braseiro fumegante. Uma grande variedade de objetos pendia das paredes cinzentas, cor de pedra, do tipo que não parecia sensato ou reconfortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo, e o chão, estranhamente diáfano.

– Chegue mais perto – ordenou o demônio, e ele se aproximou.

O demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas, que pareciam ser fruto de um açoite ocorrido num passado distante. Não tinha orelhas nem sexo. Os lábios eram finos e ascéticos, e os olhos eram condizentes com os de um demônio: haviam ido longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar, ele se sentia menos importante do que uma mosca.

– O que acontece agora? – ele perguntou.
– Agora – disse o demônio com uma voz que não demonstrava sofrimento nem deleite, somente uma horripilante e neutra resignação – você será torturado.
– Por quanto tempo?

O demônio balançou a cabeça e não respondeu. Ele percorreu lentamente a parede, examinando um a um os instrumentos ali pendurados. Na outra extremidade, perto da porta fechada, havia um açoite feito de arame farpado. O demônio o apanhou com uma de suas mãos de três dedos e o carregou com reverência até o outro lado da sala. Pôs as pontas de arame sobre o braseiro e observou enquanto se aqueciam.

– Isso é desumano.
– Sim.

As pontas do açoite ganharam um baço brilho alaranjado.

– No futuro, você vai sentir saudade desse momento.
– Você é um mentiroso.
– Não – respondeu o demônio. – A próxima parte é ainda pior – explicou pouco antes de descer o açoite.

As pontas do açoite atingiram nas costas do homem com um estalo e um chiado, rasgando as roupas caras. Elas queimavam, cortavam e estralhaçavam tudo o que tocavam. Não pela última vez naquele lugar, ele gritou.

Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes da sala, e com o tempo, ele iria experimentar cada um deles.

Por fim, a Filha do Lazareno, que ele acabou conhecendo intimamente, foi limpa e recolocada na parede na duocentésima décima primeira posição. Nesse momento, por entre os lábios rachados, ele soluçou:

– E agora?
– Agora começa a dor de verdade – informou o demônio.

E começou mesmo.

Cada coisa que ele fizera que teria sido melhor não ter feito. Cada mentira que ele contara – a si mesmo ou aos outros. Cada pequena mágoa, e todas as grandes mágoas. Cada uma dessas coisas foi arrancada dele, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro. O demônio descascava a crosta do esquecimento, tirava tudo até sobrar somente a verdade, e isso doía mais que qualquer outra coisa.

– Conte o que você pensou quando a viu indo embora – exigiu o demônio.
– Pensei que meu coração ia se partir.
– Não, não pensou – contestou o demônio, sem ódio. Dirigiu seu olhar sem expressão para o homem, que se viu forçado a desviar os olhos.
– Pensei: agora ela nunca vai ficar sabendo que eu dormia com a irmã dela.

O demônio desconstruiu a vida do homem, momento por momento, um instante medonho após o outro. Isso levou cem anos ou talvez mil – eles tinham todo o tempo do universo naquela sala cinzenta. Lá pelo final, ele percebeu que o demônio tinha razão. Aquilo era pior que a tortura física.

Mas acabou.

Só que, quando acabou, começou de novo. E com uma consciência de si mesmo que ele não tinha da primeira vez, o que de certa forma tornava tudo ainda pior.
Agora, enquanto falava, se odiava. Não havia mentiras nem evasivas, nem espaço para nada que não fosse dor e ressentimento.

Ele falava. Não chorava mais. E, quando terminou, mil anos depois, rezou para que o demônio fosse até a parede e pegasse a faca de escalpelar, ou o sufocador, ou a morsa.

– De novo – ordenou o demônio.

Ele começou a gritar. Gritou durante muito tempo.

– De novo – ordenou o demônio quando ele se calou, como se nada houvesse sido dito até então.

Era como descascar uma cebola. Dessa vez, ao repassar sua vida, ele aprendeu sobre as consequências. Percebeu os resultados das coisas que fizera; notou que estava cego quando tomou certas atitudes; tomou conhecimento das maneiras como inflingira mágoas ao mundo; dos danos que causara a pessoas que mais conhecera, encontrara ou vira. Foi a lição mais difícil até aquele momento.

– De novo – ordenou o demônio, mil anos depois.

Ele agachou no chão, ao lado do braseiro, balançando o corpo de leve, com os olhos fechados, e contou a história de sua vida, revivendo-a enquanto contava, do nascimento até a morte, sem mudar nada, sem omitir nada, enfrentando tudo. Abriu seu coração.

Quando acabou, ficou sentado ali, de olhos fechados, esperando que a voz dissesse: “de novo”. Porém, nada foi dito. Ele abriu os olhos.

Lentamente, ficou de pé. Estava sozinho.

Na outra ponta da sala havia uma porta, que, enquanto ele olhava, se abriu.

Um homem entrou. Havia terror em seu rosto, e também arrogância e orgulho. O homem, que usava roupas caras, deu alguns passos hesitantes pela sala e parou.

Ao ver o homem, ele entendeu.

– O tempo é fluido por aqui – disse ao recém-chegado.

Instrução Mágica do Corpo (I)


Franz Bardon inicia a Instrução Mágica do Corpo da seguinte forma:

"O desenvolvimento do invólucro exterior, isto é, do corpo, também deve andar de mãos dadas com o desenvolvimento do espírito a da alma. Nenhuma parte de nosso eu deve deixar a desejar, ou ser negligenciada".

Para o corpo suportar um espírito desenvolvido que receberá e manipulará constantemente altas cargas energéticas, o corpo precisa ser alongado diariamente para afrouxar os nadis¹ e não ter nenhuma região bloqueada por tensões. O corpo é o templo onde o seu espírito experencia e aprende com a realidade física. Assim como os exercícios físicos influênciam a saúde mental². Existem muitas formas de instruir o corpo, e você deve escolher a que melhor se encaixa com o seu estilo de vida e preferência pessoal.

1. Veias etéricas por onde fluem o chi absorvido pelos chacras, ler sessões: A Aura HumanaOs Sete Corpos e Os Chacras.

2. Ler Fortaleça o cérebro com exercícios físicos.


Artes marciais como um todo. 




Yoga.





Ou elabore um rotina de alongamentos em casa.






Novamente: Não se limite a essas dicas. Quer praticar Kung Fu? Ótimo. Academia? Ótimo. Alongue sempre e faça o que gosta.


O Mistério da Respiração


Franz Bardon revela:

O oxigênio está subordinado ao elemento fogo e o nitrogênio ao elemento água. O elemento ar é o elemento mediador e o elemento terra o que liga o oxigênio e o nitrogênio. O quinto elemento, Akasha ou elemento entérico é o elemento regulamentador, o princípio primordial ou divino. Assim como no grande Universo, na natureza, nesse caso também os elementos têm seus fluidos elétrico e magnético, sua polaridade. Na respiração normal ou inconsciente, só a quantidade de matéria dos elementos necessária para a manutenção normal do corpo é levada a ele. Aqui também a assimilação se adapta de acordo com a utilização da matéria dos elementos. Mas com a respiração consciente ocorre o contrário. Se deslocarmos, para o ar a ser respirado, pensamentos, idéias ou imagens, abstratos ou concretos, eles serão captados pelo princípio akáshico do ar em questão a levados através dos fluidos elétrico e magnético até a matéria aérea. Ao passar pelos pulmões e ser levada às veias, essa matéria aérea impregnada representa um duplo papel. Primeiro, as partes materiais dos elementos servem para a manutenção do corpo; segundo, o fluido eletromagnético carregado com o pensamento, a idéia ou a imagem, conduz o ar eletromagnético tingido por essas idéias para fora da circulação, através da matriz astral¹ até o corpo astral, a de lá, reflexivamente, através da matriz mental¹ até o espírito imortal.

1. Mais informações aprofundadas sobre ambos os temas serão tratados no Grau III.

Parte prática, por Franz Bardon:

Sente-se confortavelmente, relaxe o corpo todo e respire pelo nariz. Imagine que junto com o ar inspirado estão sendo transferidos ao seu corpo, através dos pulmões e do sangue, bastante saúde, paz, serenidade, sucesso, ou qualquer outra coisa que você deseja muito alcançar. A imagem deve ser tão intensa e o ar inspirado tão impregnado com o desejo, que este deve ser quase real. Você não pode ter a mínima dúvida a esse respeito. Para não arrefecer, é suficiente começar com sete respirações pela manhã e sete à noite, a dentro das possibilidades, aumentá-las gradativamente em uma pela manhã a uma à noite, a cada dia que passa. Nunca se apresse, e também não exagere, pois tudo tem o seu tempo. De qualquer modo, só passe a imaginar outro desejo quando o primeiro for totalmente realizado.

Técnica esta facilmenta acoplada a meditação, após certa proficiência. Não começe nos primeiros dias meditando por horas enquanto inspira o seu desejo, isso apenas irá causar um desequilíbrio enorme. O importante em qualquer uma de todas as práticas é ser gradual: treinar todos os dias.

Para outros conhecimentos sobre o mistério da respiração, recomendo o livro digital: Pranayama, clique aqui para lê-lo.


Assimilação Consciente dos Nutrientes

Novamente, Bardon explica:

A assimilação de nutrientes pelo corpo ocorre do mesmo modo que a assimilação do ar. São os mesmos processos, só que na assimilação de nutrientes os efeitos são mais palpáveis e densos. Os desejos transferidos à alimentação têm um efeito particularmente forte a nível material, pois estão sujeitos às irradiações densas e materiais dos elementos. Por isso, se o mago quiser alcançar algo em relação ao seu corpo ou tiver outros desejos materiais, deverá levar em conta esse aspecto.

Sente-se diante de um prato com o alimento que você pretende ingerir naquele momento, e concentre seu pensamento o mais intensamente que puder, materializando o seu desejo no alimento com toda a força, como se esse desejo já tivesse se realizado. Se você estiver sozinho, sem ninguém que o observe ou perturbe, poderá manter as mãos postas sobre o alimento, abençoando-o. Se não houver essa possibilidade, então concentre na comida o seu desejo ou feche os olhos. Isso poderá criar a impressão de que você está rezando diante do alimento, o que não lhe acarretará maiores problemas; a na verdade, é isso mesmo o que acontece. Então comece a comer devagar mas conscientemente, com a convicção interior de que efetivamente o desejo, junto com o alimento, está penetrando em seu corpo até o último de seus nervos. O que para os cristãos representa a comunhão, deve ser para você a assimilação do alimento, portanto, um ato sagrado.

Para a evolução mágica não é conveniente comer apressadamente. Todos as comidas e bebidas são adequadas para a impregnação mágica de desejos, a todas as comidas a bebidas impregnadas devem ser totalmente ingeridas, isto é, não deve sobrar nada. Nunca se deve ler durante as refeições; infelizmente muitas pessoas têm esse péssimo hábito. Também não se deve conversar ou falar enquanto se come; devemos comer sempre mantendo o pensamento fixo em nosso desejo. Além disso devemos tomar cuidado para que não apareça nenhum outro desejo contrapondo-se ao primeiro, como por exemplo, quando desejamos saúde durante a respiração consciente ou mágica, não devemos nos concentrar no desejo de sucesso durante a refeição.

O mais conveniente é pensarmos sempre no mesmo desejo, durante a respiração a também durante a refeição, para não provocar oscilações opostas de irradiações em nosso corpo. Nesse caso vale o ditado: "Quem tenta caçar dois coelhos de uma só vez, acaba não pegando nenhum." Quem se concentra no Mistério da Eucaristia durante a assimilação consciente do alimento encontrará aqui uma conexão análoga. As palavras de Cristo: "Tomai a comei, essa é minha carne; tomai e comei, esse é meu sangue", mostrar-se-ão em seu significado mais verdadeiro a profundo.

1. Este exercício trabalha o viver no agora, a visualização, a manipulação energética, a vontade e a imaginação.
2. O leitor atento perceberá o porque almoçar conversando/pensando sobre problemas faz o alimento "engasgar" no estomâgo ou causar um certo desconforto.
3. Gosto de unir este exercício com a respiração da seguinte forma: visualizo/sinto que quando inspiro a energia sobe pelos meus pés, chega até minha cabeça passando por todas as partes do corpo, e quando expiro se concentra nas mãos enquanto as posiciono no alimento ou quando seguro um copo com água. Canalizando o desejo durante todo o processo.


A Magia da Água

Não colocarei o trecho do livro sobre este tópico porque é recheado de dicas e explicações práticas, quais o estudante deverá refletir e aplicar. Porém, irei demonstrar alguns estudos científicos sobre a água e escrever brevemente sobre as minhas próprias observações.

Masaru Emoto descobriu muitas diferenças fascinantes nas estruturas cristalinas da água de muitas fontes diferentes e condiçõees diferentes ao redor do planeta. A nascente de água pura que jorra da montanha mostra maravilhosos desenhos geométricos em seus padrões cristalinos. Águas poluídas e tóxicas das áreas industriais e povoadas, águas estagnadas das tubulações e represas em armazenamentos mostram estruturas cristalinas difinitavamente distorcidas e formadas aleatoriamente.






Com a popularidadde recente da terapia da música, o Sr. Emoto decidiu observar que efeito a música tem na estrutura da água. Colocou uma água destilada entre dois altofalantes por diversas horas e fotografou então os cristais que se formaram depois que água foi congelada.





Após ter visto como a água reagia às circunstâncias ambientais, poluição e música, o Sr. Emoto e seus colegas decidiram observar como os pensamentos e as palavras afetavam a formação de águas destiladas não tratatadas e águas puras, usando palavras datilografadas em papel por um processador de texto e coladas nos frascos de vidro durante a noite. O mesmo processedimento foi executado usando os nomes de pessoas falecidas. As águas foram então congeladas e fotogradas.




Desta e de muitas outras formas a ciência dos homens está começando a provar o que a ciência divina sabe há muitos milênios. Como Bardon diz sobre a água: Ela é magnética e irá se magnetizar com qualquer emoção/energia que direcionar a ela.




Faça você mesmo!

1. Compre duas maçãs semelhantes e dois potes de vidro idênticos.

2. Escreva "amor" e "ódio" em dois papéis, cole cada papel em cada pote de vidro e coloque cada maçã em cada um dos potes.

3. Todos os dias por um mês, abra o pote colado com o papel "amor" e direcione toda as lembranças e pensamentos amorosos que conseguir por no mínimo 5 minutos, faça o mesmo com o pote do ódio. O importante é olhar para a maçã durante o experimento e durante a expiração direcionar fortemente a energia canalizada.

Alguém te irritou? Direcione a raiva para a maçã do ódio. Alguém te deixou feliz? Direcione para a maçã do amor!

Após 30 dias observe os resultados.


E assim finaliza-se o Grau l. Na prática, esses exercícios básicos deverão ser praticados por toda a vida. Gaste o tempo que for necessário neste Grau. O tempo mínimo aceitável é um mês. Não há tempo máximo, você não está competindo com ninguém, cada um se desenvolve em seu tempo. Os exercícios do Grau I constroem as bases mentais, espirituais e físicas para avançar nos graus seguintes, sem o domínio completo dos exercícios deste Grau você nunca irá se desenvolver nos Graus superiores.

Minha rotina básica referente a este grau

Manhã:
Ao acordar, exercício de observação e respiração.
Treino do exercício do dia (concentração ou vácuo).
Alongamentos e exercício físico.

Tarde:
No ônibus, em filas, em qualquer momento oportuno: treino do exercício do dia (concentração ou vácuo).

Noite:
Antes de dormir, exercício de observação e respiração.
Treino do exercício do dia (concentração ou vácuo).

Sinta-se livre para esclarecer suas dúvidas a respeito deste Grau I nos comentários.


BIBLIOGRAFIA:

BARDON, Franz: Magia Prática: O Caminho do Adepto; um curso em dez etapas teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Ground, 2007.

GOLEMAN, Daniel: A Mente Meditativa. São Paulo: Ática, 1996.

HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012.

GOLEMAN, Daniel: A Mente Meditativa. São Paulo: Ática, 1996.

HANSON, Rick: O Cérebro de Buda. São Paulo: Alaúde, 2012.

REGARDIE, Israel: Poder da Magia. Ibrasa, 1988.

LACERDA, José: Energia & Matéria: Novos Horizontes para a Medicina. 7.ed. Rio Grande do Sul: Ajr, 2002.

GAIMAN, Neil: Coisas Frágeis. São Paulo: Conrad Brasil, 2010.

GORDON, Richard: Toque Quântico: O Poder de Curar. São Paulo: Madras, 2007.

SOMOS TODOS UM. Como a Água Reflete Nossos Sentimentos. Disponível em: <http://somostodosum.ig.com.br/artigos/autoconhecimento/como-a-agua-reflete-nossos-sentimentos-1919.html>. Acesso em 22/09/2017.




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